segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Nº 20.496 - "O que preserva Lula é aquilo que ele representa"

 

12/12/2016

 

O que preserva Lula é aquilo que ele representa

 

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Por  
 

De tudo o que consegui ler sobre a pesquisa Datafolha, hoje, nada me pareceu mais lúcido do que a análise feita pelo jornalista Luís Costa Pinto, no seu Facebook.

Em primeiro lugar, por afirmar o que muitos  já se aperceberam: longe das eleições, pesquisas de intenção de voto estão longe de serem ferramentas para prever o resultado das urnas.

Limitam-se, como na frase batida, a “traçar um retrato do momento”, porque ela  é o desenho da superfície de fenômenos muito mais profundos da vida social.

Mas, olhando o quadro de hoje, subscrevo tudo o que Costa Pinto diz:

“O DataFolha é uma devastação contra as lideranças que se insurgiram e conseguiram depor a presidente eleita em 2014. Lula cresce e se descola de todos os adversários, em todos os cenários, nos ensaios de 1° turno. Por que? Ora, porque o país sabe, ainda, que apesar de tudo e contra todos os enredos maltraçados até aqui, Lula tinha e sempre teve um projeto na cabeça – distribuição de renda e redução da pobreza. A ferro e fogo, entregou isso.”

Aí está a razão de Lula ter um “núcleo duro” que aparece nas pesquisas eleitorais mesmo debaixo dos maiores bombardeios. É que a população, para desespero de muitos intelectuais pretensiosos, encarna projetos político-sociais em pessoas e é osso que constrói lideranças duradouras, não as de produção marqueteira.

Quem ocupa a cadeira de presidente da República tem de ter um projeto para o país, e quem faz política tem de ter um projeto. Qualquer um, bom ou ruim. Tem de ter sonhos, também. Dilma não tinha projetos nem sabia jogar o jogo de Brasília, por isso caiu. Mas o Brasil carece, também e ainda hoje, de um norte claro e de liderança legitimada para conduzi-lo.

Discordo de que Dilma não tinha projetos, mas concordo que não sabia expressá-los e menos ainda transformá-los em sonhos coletivos. Nem todos sabemos, independente da sinceridade de nossas convicções. Mas é inegável que o país precisa de alguém com a natureza de um líder para nos retirar desta confusa loucura aqui instalada. E este líder tem, sim, de ser legítimo, porque um mero iluminado se apagará no meio desta balbúrdia.

Depois de registrar que não crê, nem de longe, que um segundo turno eleitoral pudesse se dar entre Lula e Marina Silva – uma evidência que não precisa de grandes  argumentações – Luís Costa Pinto “lacra” – como diz a garotada – seu breve comentário com uma sentença para a qual bato palmas, de pé:

O Datafolha é uma pá de cal com sal nos que urdem, diuturnamente, estratégias para desconstruir um mito sem esgrimir sequer um esboço de projeto nacional.

Porque não têm. Nem projeto, nem ideia ou sentido de Nação.

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