Palavra Livre - 08/06/2015
O IDIOTA DA GLOBO, DO MP, DA PF E DA JUSTIÇA |
Por Davis Sena Filho
Então, vamos direto à nossa idiotice: as Organizações(?) Globo não estão envolvidas com a corrupção da FIFA, bem como não são denunciadas e acusadas pela Receita Federal de sonegar os impostos relativos à Copa do Mundo de 2002, além de outras incontáveis acusações de ações ilegais supostamente praticadas por essa empresa midiática, no decorrer de sua existência.
A verdade é que tal conglomerado empresarial se tornou um estado dentro do estado comandado pela família Marinho. Só no Brasil... E como tal o clã se mostra e se conduz. É como se os irmãos Marinho (antes seu pai, Roberto) revivessem neste poderoso País republicano, tropical e de língua portuguesa o reinado de Luís XIV — o Rei Sol —, o absolutista francês que representava Deus na terra, não o povo, e que teve o reinado mais longo dentre todos os monarcas europeus.
Luís XIV, segundo alguns historiadores de renome, foi o autor da afirmação “O Estado sou eu” (L'État c'est moi). Entretanto, pode ser compreensível o pronunciamento de tal frase, pois o absolutismo se baseava em teologia, na qual o rei só prestava contas de seus atos e ações a Deus e ao Papa, que, entre os séculos XVII e XVIII, época que o Rei Sol reinou, exercia também um poder político, econômico e militar incomensurável.
De semelhante modo a Luís XIV é a posição política e social de certos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas. Eles se comportam como pretensos “donos” da verdade, porque proprietários de uma parafernália midiática que reverbera, diuturnamente, matérias, notícias e manchetes contra seus adversários, que, para essa gente, tornaram-se inimigos de seus interesses. Por causa disto, tem de ser desconstruídos e aniquilados, e, por fim, depostos do poder, mesmo se tais inimigos foram eleitos soberanamente pela vontade do povo brasileiro — o patrão do Governo e guardião da Constituição, por intermédio de instituições republicanas sustentadas pela Nação.
Por sua vez, como todo mundo neste País é tratado como um total e completo idiota, já estou quase a acreditar que o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça tem lado, partido e cor ideológica. A verdade é que há anos eu afirmo que esses órgãos e poderes públicos nunca foram republicanos e atuam à margem do que é justo, além da isenção obrigatória que deveriam ter quando se trata de punir na forma da lei.
Entretanto, o que acontece é que para alguns partidos e empresas, empresários e políticos, suas ações são consideradas criminosas, enquanto para outros, que também incorreram em crimes, seus processos são “congelados” e a liberdade se torna o quinhão, o prêmio concedido, de forma irresponsável, a essa gente matreira protegida por autoridades do próprio Estado e pelas mídias dos magnatas bilionários.
Uma lástima e deboche, porque atinge o sistema democrático de morte e acarreta desassossego e desconfiança aos cidadãos brasileiros quanto às ações do MP, da Justiça e da PF, que se intrometeram, indevidamente, nas eleições de 2014 vencidas por Dilma Rousseff, bem como favoreceram o tucano Aécio Neves, o candidato da direita, dos magnatas bilionários de imprensa e dos setores mais atrasados e reacionários da sociedade brasileira, que apostam no retrocesso e até em golpe para destituir do poder uma mandatária que nunca cometeu crimes de responsabilidade.
Enquanto o senhor J. Hawilla, dono da Traffic (nome sugestivo) e os dirigentes presos na Suíça abrem o bico para o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, a Globo e seus empregados papagaios de pirata (eles não tem independência alguma para falar e escrever sem a autorização de Ali Kamel, que segue literalmente as ordens dos Marinho) fazem cara de paisagem, como se nada estivesse a acontecer e a ver com a empresa midiática “vênus platinada”, um truste econômico poderoso que enfrenta presidentes, sabota programas e projetos de governos progressistas e apoiou ditaduras militares no Brasil e na América Latina.
Quer dizer que a Globo, que cooperou efetivamente para desmoralizar e enfraquecer o futebol brasileiro e seus clubes, além de monopolizar praticamente todos os campeonatos de futebol, bem como outras modalidades esportivas, não sabe de nada? A sua revista, a Época, também desconhece a gigantesca corrupção em escala mundial, que se incrustou nas salas luxuosas da FIFA? Espaços ocupados por magnatas bilionários, que transformaram o futebol, o esporte mais popular do mundo, em apenas um ofício para se ganhar muito dinheiro e favorecer “empresários da bola” e donos de empresas de comunicação, publicidade e material esportivo, que não tem e nunca tiveram o mínimo compromisso com o povo brasileiro e com as nações em geral.
A Globo não conhece a Traffic (eita nome sugestivo!), de J. Hawilla e seus associados? Não conhece a Klefer, uma das três maiores empresas de marketing esportivo do País, pertencente a Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo? Eu não acredito. Será o São Benedito? Então a Globo desconhece as atividades profissionais de seu diretor da área de esportes, Marcelo Campos Pinto? Aviso aos navegantes: vai sobrar pra ele. Portanto, o que dizer sobre os almirante Heleno Nunes, Octávio Pinto Guimarães, Nabi Abi Chedid, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e o papa deles todos, João Havelange? A Globo nunca os viu e não sabe quem são e o que representam? Tsic... tsic... Incrível, mas a Globo é realmente o rei sol com cara de paisagem, em pleno século XXI.
Portanto, vai ser necessário explicar: todos são ex-presidentes da CBF, antiga CBD, sendo que João Havelange, cúmplice efetivo da ditadura civil-militar, foi presidente da FIFA por longos 24 anos. Mesmo assim, no decorrer de seu reinado, nunca trouxe a Copa do Mundo para o Brasil. Todos esses homens foram aliados da Globo. E, cada um ao seu modo, trataram de favorecê-la até chegar ao ponto de a empresa se tornar a dona do futebol brasileiro.
Realidade esta que obriga o povo a ficar em casa e sentado no sofá para ver os jogos pela televisão e, consequentemente, abandonar os estádios ou arenas, porque eles foram vergonhosamente privatizados e os ingressos com os preços nas alturas, a favorecer assim a elitização financeira do evento e o embranquecimento da plateia do jogo mais popular do mundo — o futebol. Não se vê mais a presença de negros nos estádios, principalmente os novos, os reformados e modernos. Não é lamentável o controle da Globo, cara pálida?
A Globo nunca combateu a entreguista, a neoliberal Lei Pelé e raptou a Seleção Brasileira, pois a “roubou” do povo, a deixou sem alma, fria e distante. O amarelo pujante de sua camisa ficou fosco, a representar mais sua ausência de brasilidade do que simbolicamente o ouro que era seu futebol em tempos idos. A Seleção por força de contratos draconianos e puramente monetaristas há anos se apresenta mais no exterior do que nos campos e estádios do Brasil. E quem se dá bem com esse processo açodadamente mercantil em que se transformou o futebol brasileiro são os empresários de jogadores e os barões de mídias, que forram seus bolsos e deixam os clubes sem os atletas, que essas entidades populares criam desde a infância, em suas bases e escolinhas.
Quem se deu bem foram as pessoas que elaboraram a Lei Pelé, com o atleta do século à frente dessa tragédia para o futebol brasileiro, que deixou os clubes com o pires nas mãos e sem condições de segurar seus craques, que ficam a embelezar e a fortalecer o futebol europeu, enquanto o nosso se enfraquece, porque os craques e até mesmo os bons jogadores foram embora. Quem se dão bem são os dirigentes de clubes, sem generalizar, que se entregam à corrupção, juntamente com os empresários e os dirigentes de federações e confederações, a ter como aliados da farra mercantilista e financeira as empresas de marketing esportivo, de material esportivo, como certa vez ocorreu com a Nike, a ter como exemplo também a falida ISL e a Traffic (nome sugestivo!), sendo que esta última se encontra no olho do furacão.
A Globo continua com sua cara de paisagem, com o William Bonner a dizer que a emissora espera a limpeza do futebol brasileiro e mundial. Disse ainda que os corruptos sejam afastados do futebol. Então, o que dizer do Galvão Bueno, antes de começar o jogo Brasil e México, no campo do Palmeiras, a afirmar que o futebol tem de ser honesto etc. e tal? Hipocrisia e cinismo na veia. É para qualquer um se sentir um parvo com tanta cara de pau e de paisagem.
O oligopólio global tem o controle das transmissões esportivas e do mundo publicitário. Contudo, não sabe de nada e o que acontece debaixo de seu nariz. A minha sugestão é que a Globo comece a ser investigada e que o PSDB e seus aliados, tão cônscios quando se trata de acusar seus adversários de corruptos e ladrões, criem rapidamente uma CPI, e que, no decorrer das investigações, das denúncias e acusações do Ministério Público, da Polícia Federal, da Justiça e da Receita Federal, tais atores se baseiem no Domínio do Fato para prender gente corrupta, que incorre em desmandos, ilegalidades e crimes.
Isto mesmo. Nunca foi tão necessário, a partir dos escândalos do HSBC, Operação Zelotes e agora o da FIFA, a Justiça deste País, a ter como apoiadores os “super-heróis” da PF e do MP, restabelecer o Domínio do Fato. A Globo, evidentemente, é um caso típico de que o Domínio do Fato seria muito produtivo para punir quem comete malfeitos de corrupção, afinal seus executivos e jornalistas de alta patente devem, supostamente, saber o que acontece, no que é relativo aos negócios das Organizações(?) Globo, em que eles estão à frente.
Ou o Domínio do Fato só serve à Justiça para prender petistas e pressionar os governantes trabalhistas? Ou seja, o Brasil, em plena democracia, tem uma Justiça, uma PF e um MP partidarizados, como foi comprovado no “mensalão” do PT, quando, estupidamente e injustamente, prenderam José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, sem, contudo, comprovarem suas culpas. Enquanto isso, a conduta do MP é de causar, no mínimo, desconfiança ao cidadão que se recusa a ser tratado como idiota.
Arrogantemente e a demonstrar que tem lado, O MP também faz cara de paisagem quanto a investigar e denunciar para valer os escândalos do Trensalão, Metrozão, Banestado, HSBC, Zelotes, aeroportos do Aécio, Privataria Tucana e o Mensalão do PSDB, este jamais julgado, mas que vai “caducar” por causa do tempo em que aconteceu e, consequentemente, livrar os tucanos da cadeia.
E por que acontece esse processo antidemocrático e antirrepublicano, que faz as pessoas se sentirem idiotas? Porque, apesar da consolidação da democracia brasileira, com eleições livres e diretas, setores do Estado ligados às oligarquias, a exemplo do MP, da PF e, principalmente, do Judiciário, ainda continuam a fazer o papel de guardiões dos interesses da Casa Grande.
Os inquilinos da burguesia não aceitam, de maneira alguma, a democracia, porque ela é o caminho humanamente mais justo pela busca da igualdade de oportunidades para todos os cidadãos brasileiros. E este processo socioeconômico, definitivamente, as classes ricas e seus aliados, os coxinhas paneleiros de classe média, não aceitam, não querem e vão lutar, efetivamente, para que a inclusão dos mais pobres não seja concretizada, independente de ter crise ou não. Essa gente sempre agiu assim. É histórico.
Eles são os arautos de dependência, da subalternidade, da subserviência à meia dúzia de países ricos e ocidentais, que se encontram no G7 e fingem que o mundo não mudou e continua a ser aquele antigo do pós-guerra da década de 1940 do século passado, quando eles enriqueceram e deitaram e rolaram durante décadas, com a aquiescência e a cumplicidade das burguesias e governantes do mundo periférico, que ficavam a lamber suas botas para terem como retorno as migalhas do que os patéticos ricos do terceiro mundo convencionaram a chamar de côrtes, a serem seguidas, obedecidas e a trair seus próprios povos.
Todavia, o G7 até parece que ainda tem a força de tempos idos, a demonstrar uma empáfia ridícula, ao tempo que uma decadência a toda prova, principalmente no que concerne aos países ocidentais da Europa. Obviamente que ainda são poderosos, mas nem tanto, afinal o mundo já há algum tempo tem novos atores, além de Rússia e China que continuam a serem potências nucleares, principalmente no que tange ao poder de dissuasão contra aqueles que tentam invadir para roubar países mais fracos militarmente, a exemplo do Iraque, Síria, Líbia e Líbano, exatamente os nações árabes que não eram alinhados aos interesses dos yankees, como, por exemplo, a Jordânia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes, o Kuwait, dentre outros.
Além disso, e para completar, a “elite” brasileira tacanha e provinciana, bem como perversa, tem vergonha do Brasil, mas jamais de seus complexos de vira-latas. Os burgueses e os pequenos burgueses não estão preocupados com a crise alardeada pela imprensa de negócios privados. A verdade é que a crise tem nome, e o nome dela é im-pren-sa. Quem acredita em crise, em escala estratosférica como o desemprego na Europa, está redondamente enganado ou é um ingênuo ou alienado. A crise irradiada pelas mídias é o canhão da oposição político-partidária. É da crise replicada que grupos sociais, políticos e comerciais fazem seus autos de fé e, com efeito, combatem os governos trabalhistas eleitos pelo povo brasileiro desde 2002.
Por seu turno, o escândalo de corrupção atinge o futebol mundial e brasileiro, sendo que o empresário e publicitário, J. Hawilla, encontra-se no olho do furacão das investigações do FBI dos EUA, país que já é acusado pela Rússia de ter a intenção de sabotar a Copa do grande e poderoso país eslavo. Reportagens da Globo sobre esses fatos de manipulações e corrupções não existem e não vão ser feitas pelo jornalismo de tal organização(?) midiática.
J. Hawilla, além de outros empresários, tem relações carnais com a Globo. Todo mundo sabe disso. Até os recém-nascidos e os idiotas. Aliás, no papel de idiota é como o MP, a PF, a Justiça e a Globo querem ver o povo brasileiro. A ordem é fazer cara de paisagem. A Globo é o Rei Sol no Brasil. Alguém ainda tem dúvida? É isso aí.
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