.
07/11/2015
Polícia Federal investiga doações da Odebrecht ao Instituto FHC
Jornal GGN - sab, 07/11/2015 - 10:51 Atualizado em 07/11/2015 - 11:23
Jornal GGN - A empreiteira Odebrecht, alvo das
investigações da operação Lava Jato, foi apontada pela Polícia Federal
de efetuar pagamentos ao Instituto FHC, do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, que
totalizaram R$ 975 mil.
No relatório produzido pela PF os peritos criminais destacaram que o
levantamento "foi limitado devido ao grande volume de dados" que
encontraram na contabilidade da Construtora Norberto Odebrecht,
sobretudo, pela ausência de livros de registros auxiliares, descrição
imprecisa de histórico de lançamentos, falta de acesso a documentos,
entre outros.
"Tal limitação pode ter ocasionado o subdimensionamento dos
lançamentos apontados, uma vez que se adotou postura conservadora",
detalharam. A Polícia Federal analisou, ainda, a troca de emails entre
três pessoas, sendo uma a secretária da presidência do iFHC, um
executivo da área de cultura e um representante do instituto
identificado como 'APLA'.
Em resposta ao laudo da PF, o iFHC declarou que recebeu doações
para o fundo de manutenção, "devidamente registradas". Já a Odebrecht
afirmou que fez "contribuições pontuais" ao iFHC "dentro do seu programa
de apoio às iniciativas que ajudam a fortalecer as democracias".
Por Julia Affonso, Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Foram 11 pagamentos mensais de R$ 75
mil e um de R$ 150 mil, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012,
realizados pela empreiteira alvo da Operação Lava Jato
Laudo da Polícia Federal, na Operação
Lava Jato, revela que a Construtora Norberto Odebrecht – sob suspeita de
ter integrado o cartel de empreiteiras em esquema de corrupção na
Petrobrás – pagou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso,
entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Foram 11 pagamentos mensais
de R$ 75 mil e um de R$ 150 mil. .
Link para o documento na lítengra: Laudo nº 2311/2015
O relatório de 26 de outubro de 2015,
subscrito pelos peritos criminais federal Fábio Augusto da Silva
Salvador, Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson
Ribeiro Bastos Braga analisou contas da Construtora Norberto Odebrecht
que ‘possibilitaram identificar registros contábeis indicativos de
pagamentos feitos a ex-agentes políticos ou instituições e empresas a
ele vinculados’.
“Na contabilidade da Construtora
Norberto Odebrecht foram identificados registros indicativos de
pagamentos realizados ao Instituto Fernando Henrique Cardoso no montante
de pelo menos R$ 975 mil. O referido instituto foi fundado pelo
exPresidente da República Fernando Henrique Cardoso, que ocupou a
presidência do Brasil até 2002″, diz o laudo.
O documento contém uma planilha que
mostra os pagamentos mês a mês para o iFHC. O primeiro pagamento ocorreu
em 13 de dezembro de 2011. As transferências de R$ 75 mil se sucederam
até agosto de 2012. Os registros da Odebrecht indicam que não houve
pagamento em setembro daquele ano. Em outubro, a empreiteira depositou
R$ 150 mil.
“Devese destacar que tal levantamento
foi limitado devido ao grande volume de dados e, principalmente, pela:
(i) falta de acesso a documentos de suporte aos lançamentos realizados;
(ii) ausência de livros de registros auxiliares utilizados para
consolidação das relações de pagamentos; (iii) descrição imprecisa de
históricos de lançamentos; (iv) ausência de plano de contas detalhado;
(v) restrição do período disponível a exame no Sped (escrituração)
contábil (2008 a 2014), entre outros. Tal limitação pode ter ocasionado o
subdimensionamento dos lançamentos apontados, uma vez que se adotou
postura conservadora”, informa o laudo da PF.
Ainda segundo o documento da Lava Jato, ‘tal limitação não inviabilizou o levantamento preliminar de lançamentos contábeis’.
Mensagens. A PF
analisou no laudo emails trocados entre a secretaria da presidência do
iFHC, um representante de uma entidade identificada como ‘APLA’ e um
executivo da área cultural. Eles conversavam sobre uma possível palestra
do expresidente. Os peritos incluíram a íntegra das mensagens no
documento.
A PF destaca emails relacionados a um ‘suposto pagamento de valores por parte da Braskem’ – petroquímica ligada à Odebrecht.
“Na referida mensagem, destacase o
trecho em que a secretária da Presidência elenca entre as maneiras da
Braskem fazer a doação: “A elaboração de um contrato, porém não podemos
citar que a prestação de serviço será uma palestra do Presidente” ou por
meio de “Uma doação direta…”. Dessa forma, é possível que outros
pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados em função da
limitação do presente Laudo, ou ainda, que os referidos pagamentos
tenham sido feitos por meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o
contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando
Henrique Cardoso”, afirma o laudo.
COM A PALAVRA, O iFHC
Os valores mencionados se referem a
doações feitas ao endowment (fundo de manutenção) da Fundação Instituto
Fernando Henrique Cardoso. Essas, como todas as demais doações
recebidas, de pessoas físicas ou jurídicas, estão devidamente
registradas em nossos demonstrativos financeiros e contábeis, auditados
pela PWC até 2014 e, a partir deste ano, pela Grant Thornton. Por ser
uma fundação, o iFHC tem todas as suas contas e atividades
supervisionadas pela Curadoria de Fundações do Ministério Público do
Estado de SP. A sequência de mensagens indica que o expresidente
Fernando Henrique Cardoso não pode comparecer ao evento.
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
“A CNO fez contribuições pontuais ao
Instituto Fernando Henrique Cardoso, dentro do seu programa de apoio às
iniciativas que ajudam a fortalecer as democracias. Apoiamos também
iniciativas de outros institutos no Brasil e no exterior, sempre que
possuam ligação direta com as posições institucionais da Odebrecht”.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista