Delação contra Temer: mais uma isca da Lava Jato
Do Cafezinho - 7/09/2016
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Miguel do Rosário
Eu não caio mais nessas pegadinhas da Lava Jato.
Quantas vezes Aécio foi delatado? Perdi a conta. O que aconteceu? Nada. Ou melhor, Aécio tem hoje mais poder que nunca. É governo. Ao invés de ser "o primeiro a ser comido", foi o primeiro a ser visitado pelo recém-eleito presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
A "delação" de Marcelo Odebrecht contra Michel Temer é uma isca. É a mesma estratégia que a Lava Jato vem usando desde que começou. Quando as críticas começam a se avolumar, de que a operação se tornou partidarizada, que persegue Lula e o PT, ela vaza pedaço de uma delação contra Aécio, contra um tucano qualquer (de preferência, morto), contra Temer...
Aí toda a energia que ainda resta no PT é usada, histericamente, para denunciar a "delação" de Marcelo Odebrecht contra Temer, como se fosse a "salvação".
Marcelo Odebrecht "implode" governo Temer, gritam as manchetes dos sites antigolpe.
Bobinhos.
Repare bem: é mais um factoide. Michel Temer é um golpista, um traidor, um usurpador. Mas no jantar em questão, ele apenas disse, segundo o que sabemos dessa delação de Marcelo Odebrecht, que seu partido precisava de "apoio financeiro" da empreiteira. Ponto. Ou seja, se se descobre caixa 2 em seguida, não há necessariamente ligação entre o crime e o pedido de Michel Temer, que pode muito bem ser ligado simplesmente ao caixa 1 do PMDB. A Odebrecht efetivamente fez doações generosas ao PMDB.
Entretanto, o único partido cujo caixa 1 é criminalizado é o PT. Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), num gesto de incrível magnanimidade e imparcialidade, quer cassar o registro do partido, com base em "indícios" de que o partido foi beneficiado, "indiretamente", por recursos da Petrobrás.
Usando esse mesmo joguinho de linguagem, poderíamos dizer que há "indícios" de que a campanha de Aécio foi beneficiada "indiretamente" pela cocaína encontrada no helicóptero dos Perrela...
Um juiz eleitoral ameaçar eliminar o partido político mais importante e mais orgânico de toda a América Latina, uma das legendas de esquerda mais conhecidas do mundo democrático, por causa de 'indícios" e "relações indiretas" é sinal de que os golpistas perderam todas as estribeiras.
Miguel do Rosário é editor do Cafezinho
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