09/09/2016
Lula chama ato contra jornada de 12 horas e Temer recua
Brasil 247 - 9 de Setembro de 2016 às 16:09
O ex-presidente Lula e o prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad (PT), convocaram um ato nesta sexta-feira 9, às 18h, em defesa
dos direitos dos trabalhadores; a manifestação acontece um dia depois de
o governo de Michel Temer anunciar uma proposta de elevação da jornada
de trabalho de 8 para 12 horas semanais, que acabou sendo negada horas
depois; "O recuo foi meio confuso, mas uma coisa ficou clara: eles
pretendem, sim, elevar a jornada para mais de 8 horas e farão de tudo
para obrigar a classe trabalhadora a pagar o pato", criticou o
presidente da CUT, Vagner Freitas; para Fernando Brito, o que fez Temer
recuar foi o medo da reação popular
SP 247 - O
ex-presidente Lula e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT),
convocaram um ato nesta sexta-feira 9, às 18h, em defesa dos direitos
dos trabalhadores.Nesta sexta, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, recuou por ordem de Temer, depois da forte reação ao seu anúncio, e disse que não havia feito a proposta.
"O recuo foi meio confuso, mas uma coisa ficou clara: eles pretendem, sim, elevar a jornada para mais de 8 horas e farão de tudo para obrigar a classe trabalhadora a pagar o pato", criticou o presidente da CUT, Vagner Freitas (leia mais).
O ato acontecerá na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo.
Leia, abaixo, nota de Fernando Brito, do Tijolaço, sobre o recuo de Temer:
Medo da reação popular faz Temer recuar de jornada de 12 horas
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Bastou o ex-presidente
Lula e algumas centrais sindicais convocarem um ato contra a jornada de
trabalho de 12 horas, anunciada ontem em entrevista do Ministro golpista
do Trabalho, Ronaldo Nogueira e Michel Temer protagoniza mais uma
recuou: mandou o ministro se desdizer e afirmar que isso “seria voltar à
escravidão”.
Mas eles vão continuar
tentando e, por isso, quem puder deve ir ao ato com Lula, hoje, às 18
horas, no Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Leia a nota da CUT sobre o assunto:
As reais intenções do
governo golpista de Michel Temer ficam evidentes a cada nova declaração
de membros de sua equipe. Nesta semana, o ministro do Trabalho, Ronaldo
Nogueira, afirmou que a reforma trabalhista preparada por sua pasta
pretendia elevar o limite da jornada diária de trabalho para 12 horas.
Imediatamente após as
declarações do ministro do Trabalho, o presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, saiu em defesa da medida.
“Continuamos defendendo as 44 horas semanais, mas uma empresa que vai
fazer uma obra de infraestrutura em Rondônia ou no Pará leva milhares de
trabalhadores, 10 mil ou 12 mil, que não vão para lá para trabalhar 8
horas por dia. O cara vai para lá para ganhar dinheiro e trazer para a
família. Ele vai para lá para trabalhar 10 ou 12 horas por dia, e a
Justiça não permite. Mesmo que o trabalhador queira, a Justiça fala que
só pode fazer duas horas extras”, afirmou o dirigente da entidade
patronal.
Porém, o ministro
teve que recuar de suas declarações e afirmou, em entrevista à rádio
Estadão, afirmou que tal medida “seria voltar à escravidão”. O
desmentido vem um dia após mais uma grande manifestação em São Paulo
contra o golpe que levou Michel Temer ao poder.
Segundo a Folha de S.
Paulo, o governo está preocupado com o crescimento das manifestações
que pedem o imediato afastamento de Michel Temer da presidência. As
declarações de Nogueira, antecipando detalhes da reforma trabalhista,
podem servir para que a população compreenda mais rapidamente as reais
intenções dos golpistas.
“O presidente me
ligou, me orientou a reafirmar que o governo não vai elevar a jornada de
8 horas nem tirar direitos dos trabalhadores”, afirmou Nogueira,
justificando seu recuo.
O secretário-geral da
CUT, Sérgio Nobre, alerta a população para as manobras do governo
Temer.
“É preciso estar atento com esses discursos. Eles falam em algo
absurdo como as 12 horas de jornada para nos assusta, depois recuam para
10 horas e fica parecendo que vencemos. Nós lutamos pela redução da
jornada de trabalho, não aceitaremos que mexam em nossos direitos”,
finalizou o dirigente.
.
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