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14/09/2016
Acusação a Lula, até agora, é só discurso de ódio
Por Fernando Brito
Assisto agora a fala de Deltan Dallagnol, o jovem chefe da Força Tarefa.
Até agora, o Doutor não entrou em uma prova fática.
Foi um discurso político que só encontra suporte na histeria anti-Lula com que a mídia fez impregnar este país.
Diz que, se diretores indicados em acordos políticos com outros partidos roubavam, isso indicava que Lula é pessoalmente responsável por seus atos, porque as nomeações só poderiam ter intenção “arrecadatória”.
Lula, berrava ele – não sei o que me fazia lembrar daquele sujeito do “Revoltados Online”, tinha de saber. Mais, não só sabia como fez com essa intenção.
Domínio do fato virou “domínio das suposição”.
“Toda a prova apresentada até aqui” – disse Dallagnol, sem apresentar qualquer uma que não fossem os desvios praticados por diretores da Petrobras – é suficiente para “incriminar Lula como comandante deste esquema de corrupção”.
Interessante é que ele aponta vários beneficiários de vantagens gigantescas – entre eles Pedro Barusco, com mais de R$ 100 milhões – diz que Lula teria “recebido”, sem dizer como, valores de R$ 3,7 milhões.
Que comandante modesto, não é?
Ainda acompanho o “pronunciamento” do revoltado promotor, à espera de alguma prova para o que ele chama de “propinocracia”. Prova mesmo, não o que ele diz que “são pedaços da realidade que permitem formar uma convicção” de crime, para chamá-lo de “general” do esquema.
Até agora não é a entrevista de quem vai apresentar uma acusação por benefícios no chamado “triplex” do Guarujá, que não é dele, e a guarda de umas caixas num depósito.
Estes são fatos. O resto é histeria acusatória que, infelizmente, parece ter substituído a aplicação da lei.
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