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17/09/2016
A inspiração de Dallagnol para seu power point velhaco. Por Paulo Nogueira
Paulo Nogueira
O procurador Deltan Dallagnol não é apenas espalhafatoso, exibicionista e, convenhamos, tolo.
É um também um plagiador. Um imitador. E o que é pior: um copiador de coisas ruins.
Veja a imagem abaixo.
É parte de um power point apresentado, algum tempo atrás, por um procurador americano para condenar um acusado. Reparou na semelhança?
A sentença foi anulada exatamente por causa daquele slide. Foi considerado uma peça destinada a “manipular os jurados”.
O uso de power points nas acusações tem sido crescente criticado nos meios jurídicos americanos. Num artigo, essa estratégia foi classificada, no título, como a “maneira mais vil para os procuradores conseguirem um veredito de culpa”. Você pode ver o texto aqui.
Pelo menos dez sentenças foram anuladas, nos últimos anos, porque os tribunais americanos consideraram que as regras do julgamento justo foram violadas pelo emprego de power points “altamente inflamáveis”.
O expediente já está sendo chamado de “advocacia visual” pelos acadêmicos americanos da área de direito.
Um advogado definiu assim os power points. “Todos nós sabemos o que
os comerciais publicitários podem persuadir as pessoas num nível
subconsciente. Mas não me parece que a justiça criminal tenha interesse
em ingressar nessa esfera.”
E é dentro desse quadro que Dallagnol e companheiros trazem para o
Brasil uma prática que nos Estados Unidos é cada vez mais questionada.
Dallagnol achava que estava sendo “moderno”. Não. Estava sendo inepto. Estava chegando com atraso a um expediente que onde surgiu, os Estados Unidos, já resulta em anulações de sentença e é objeto de estudos críticos dos estudiosos do Direito.
Por tudo isso, mereceu todo o esculacho que recebeu, expresso nos memes que inundaram as redes sociais.
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