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20/09/2016
Saturnino: Golpe é made in USA
"Eu vi com Getúlio e Jango". E que história é essa de BRICs?
Conversa Afiada - publicado em 20/09/2016
O Conversa Afiada reproduz trechos de iluminada entrevista de Eleonora de Lucena com um dos últimos estadistas brasileiros, Roberto Saturnino Braga, que, breve, em São Paulo (veja "em tempo"), lançará "Lições do Golpe", pela editora Fundação Perseu Abramo:
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O Conversa Afiada reproduz trechos de iluminada entrevista de Eleonora de Lucena com um dos últimos estadistas brasileiros, Roberto Saturnino Braga, que, breve, em São Paulo (veja "em tempo"), lançará "Lições do Golpe", pela editora Fundação Perseu Abramo:
Esse governo tem uma falha de
legitimidade que o enfraquece muito. Só com nova eleição haverá um
governo efetivamente legitimo. Vai enfrentar oposição das ruas e
descrença popular. Tudo foi armado lá de cima. Eu vi Getúlio, Jango. Os
EUA querem manter um domínio sobre o continente, o que fazem desde
sempre. Ali se forma um eixo Brasil, Venezuela e Argentina em busca da
autonomia. Isso colocou em risco o projeto norte-americano de dominação
condescendente. Depois, a aliança do Brasil com a China, nos Brics. O
Brasil faz um projeto para desenvolver a tecnologia de enriquecimento do
urânio para se transformar em um grande exportador de urânio. Tem o
projeto de se aliar com a França para fazer um submarino atômico. Os EUA
dizem: para que isso? A Quinta Frota protege, não precisa de submarino.
Quiseram dar um basta nisso.
Como assim?
Fizeram um projeto para ganhar eleições. Ganharam na Argentina e na Venezuela, no Parlamento, e quase ganharam no Brasil. Daí o golpe, que não pode ser clássico. Teve a experiência do Paraguai, o golpe constitucional, entre aspas. A embaixadora norte-americana era a mesma [no Paraguai e no Brasil]. Fizeram para destruir o eixo de autonomia entre Brasil, Venezuela e Argentina e a relação com os Brics.
Qual a relação com experiências do passado?
No caso do Jango eu vi de perto, era deputado. Para os EUA, qualquer governo com leve inclinação de esquerda tinha que ser deposto, porque colocava em risco o poder.
Como assim?
Fizeram um projeto para ganhar eleições. Ganharam na Argentina e na Venezuela, no Parlamento, e quase ganharam no Brasil. Daí o golpe, que não pode ser clássico. Teve a experiência do Paraguai, o golpe constitucional, entre aspas. A embaixadora norte-americana era a mesma [no Paraguai e no Brasil]. Fizeram para destruir o eixo de autonomia entre Brasil, Venezuela e Argentina e a relação com os Brics.
Qual a relação com experiências do passado?
No caso do Jango eu vi de perto, era deputado. Para os EUA, qualquer governo com leve inclinação de esquerda tinha que ser deposto, porque colocava em risco o poder.
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