03/11/2015
Levante da Juventude escracha Eduardo Cunha chamando presidente da Câmara de “corrupto, ladrão e machista”; veja o vídeo
Do Viomundo - publicado em 02 de novembro de 2015 às 17:51
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Cunha é escrachado pelo Levante Popular da Juventude em Brasília
Na tarde desta segunda-feira (02), cerca de 400 jovens do Levante Popular da Juventude realizaram escracho em frente à casa do presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), localizada na chamada Península dos Ministros do Lago Sul, área nobre de Brasília.
O objetivo do ato foi denunciar Cunha, investigado por corrupção e principal articulador da ofensiva conservadora contra a classe trabalhadora no país, e pedir sua deposição da presidência da Câmara.
De acordo Laura Lyrio, da coordenação do Levante, a juventude se soma à luta do Fora Cunha e afirma que o retrocesso nos direitos do povo brasileiro deve ser barrado.
“A juventude está na rua para defender que um outro projeto para o Brasil é possível e que não aceitaremos sem lutar projetos como o 5069, que é uma violência contra o corpo das mulheres, uma das muitas que o Estado comete”, afirma Laura.
Cunha é o principal articulador da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, do PL 4.330, que libera a terceirização em qualquer função nas empresas, e de tornar o financiamento privado de campanhas eleitorais constitucional, mesmo após decisão de ilegalidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Também defende o Estatuto da Família.
Para Janderson Barros, do coletivo de juventude do MST no DF, Cunha representa a agenda conservadora do Congresso — que retira direitos fundamentais do povo brasileiro.
“Lutamos contra essa bancada conservadora que está no Congresso, que não nos representa. A retirada de direitos do povo, coordenada pelo Cunha, é um retrocesso. Por isso, precisamos de uma reforma política para reestruturar a sociedade e a juventude tem um papel fundamental nesse processo”, salienta Barros.
As pautas do Cunha e seu próprio histórico político – do partido do ex-presidente Fernando Collor (PRN), passando pela legenda herdeira da ditadura (PPB, hoje PP) até a agremiação que liderou a oposição oficial ao regime militar (PMDB) – além da confusão ideológica que reina no sistema político brasileiro, criaram um cenário em que o deputado, utilizando-se de manobras, algumas das quais violaram a legalidade, recolocou em votação, da noite para o dia, questões da sua agenda conservadora que haviam sido legalmente derrotadas.
Cunha é proponente de projetos considerados machistas e homofóbicos, como o Projeto de Lei (PL) 1.672, de 2011, que institui o Dia do Orgulho Hétero, a PL 5069/13, que proíbe o Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer às mulheres vítimas de estupro a pílula do dia seguinte e de prestar-lhes orientações sobre o direito ao aborto. Todos são bandeiras do presidente da Câmara, que garante a fidelidade de deputados eleitos por conta de apoio financeiras às suas campanhas.
Manhattan brasiliense
A Península dos Ministros é um reduto de milionários. São senadores, deputados, ministros e os principais empresários da cidade que ali residem. Embora nenhum terreno esteja à venda, estima-se que o valor de um deles fique em torno de R$ 4,5 milhões.
O nome oficial do local é Parque Ecológico Península Sul. Foi criado com o objetivo de disponibilizar essa área nobre do lago Paranoá à população do Distrito Federal. Uma vez que é espaço público, não pode ficar restrito a uma parcela “privilegiada” da população.
Em agosto deste ano uma operação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) para retirada e desocupação de construções irregulares na orla do Lago Paranoá passou pela mansões oficiais da Península, inclusive a da Câmara dos Deputados, utilizada por Cunha. A casa pode vir a ser demolida.
Diante disso, o governo do DF — que tem tratado o povo à base de cassetete — enfrenta um dilema: cumprir ou não a decisão judicial de de demolir os imóveis ilegais. Além de alimentar a segregação social existente, uma vez que prioriza os investimentos e melhorias em áreas onde se concentra a população com maior poder aquisitivo, político e social, o governador Rodrigo Rollemberg tem tomado atitudes opostas aos direitos garantidos pela Constituição.
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