O nó de Temer começa agora
Brasil 247 - 3 de Setembro de 2016
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O Brasil de 2016, na verdade, reproduz um círculo vicioso de espiral negativa em que menos emprego produz menos consumo, menos crescimento e menos arrecadação – por sinal, o déficit fiscal em julho foi de R$ 18 bilhões, o maior de todos os tempos. A grande aposta, portanto, seria a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que congela os gastos públicos e, pelo menos, da reforma da Previdência. No entanto, aliados do Centrão, já deixaram claro que só votam temas espinhosos depois das eleições municipais. Como as reformas não avançam, PSDB e DEM, que pretendiam usar Temer como marionete para a condução da agenda econômica que defendem, já ameaçam se rebelar. E as labaredas do fogo amigo são cada vez mais intensas – até porque cresce a percepção de que Henrique Meirelles poderá emergir como o mais provável candidato do bloco governista em 2018, no lugar dos quadros tradicionais do PSDB.
A esse quadro, somam-se os intensos protestos de rua contra o impeachment e a volta do PT para uma posição bem mais confortável: a de oposição e, mais do que isso, de vítima de um “golpe parlamentar”. Ou seja: enquanto Temer bate cabeça com seus aliados para impor uma agenda de sacrifícios, o ex-presidente Lula organiza uma frente ampla de partidos de esquerda para preparar sua candidatura e prometer a volta dos bons tempos, em que direitos eram ampliados – e não suprimidos.
Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas Istoé e Nordeste
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