quinta-feira, 11 de junho de 2015

Contraponto 16.961 - "Bioceânica: quem não quer e por que"

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11/06/2015

Bioceânica: 
quem não quer e por que


O PiG, o Ibama, a Funai, o MP e o TCU se tornam instrumentos do interesse nacional americano​


Conversa Afiada - 11/06/2015





Quem não quer a Ferrovia Bioceânica são os Estados Unidos, porque ela será uma alternativa ao Canal americano do Panamá.

Quem não quer a Bioceânica são instituições instaladas no centro do Estado brasileiro e  funcionam, na prática, como agentes do interesse americano.

Para ser mais claro.

O IBAMA e a Funai.

O TCU e o Ministério Público.

São obstáculos a qualquer tipo de progresso, de intervenção no espaço físico, para construir o progresso.

Associam-se nessa inglória tarefa o Tribunal de Contas da União, dominado pelos pefelistas da Arena.

E o Ministério Público, dominado por procuradores fanfarrões.

No Brasil, hoje, com o labirinto institucional – e não é por acaso -, um prefeito não pode deslocar um paralelepípedo de uma calçada para outra, na mesma rua, no mesmo quarteirão, sem que o Ibama, o TCU e o MP concordem.

Depois que estiver tudo resolvido, chegam os índios.

Em nome de um suposto e impreciso “desenvolvimento sustentável”.

“Desenvolvimento sustentável” é lorota de rico contra pobre.

Os EUA, a Alemanha, o Canadá, a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, o Japão todos eles já se sustentaram e se desenvolveram.

O John Wayne já matou os índios que quis matar, derrubou as árvores que quis derrubar, construiu  fabricas onde bem entendia –  e os Estados Unidos ficaram prontos.

E para manter tudo como está, não querem que os pobres se desenvolvam.

Para não permitir que outros  se sentem na mesa principal.

( Como fez o Obama, no acordo que o Lula e o Celso Amorim construiram  com o Irã:  o Brasil não podia ousar sentar na mesa principal da diplomacia mundial !)

Aí vem a lorota blablarínica, subvencionada pela Neca do Itaúúú: a sustentabilidade se sustenta com o sustentável !

Os Estados Unido tem código florestal ?

Na hora de explorar o xisto betuminoso chamam o Greenpeace para proteger o pulmão das famílias da vizinhança ?

“Desenvolvimento sustentável” é outra forma de exercício imperial , como a ressurreição da Quarta Esquadra, que os Estados Unidos instalaram em frente ao Brasil e à África, assim que o Brasil descobriu o pré-sal.

O que querem esses agentes do Império americano ?

Imobilizar o Brasil.

Congelar a infraestrutura para o Brasil não crescer e vir a competir com os Estados Unidos.

Simples.

Exemplo.

Roraima tem uma das maiores bacias de riquezas minerais do continente americano, além de  terras raras.

Pode explorar ?

Não.

Roraima se tornou uma gigantesca reserva indígena.

E não deixaram que um linhão levasse luz a Roraima.

Por que ?

Porque um indio pode subir lá em cima do linhão cair no chão e se machucar.

Parece absurdo.

E o Cameron e o Procurador que boicotaram Belo Monte para preservar o avatar de um índio ?

Agora, imaginem o que farão para impedir o licenciamento ambiental da Bioceânica, de outras ferrovias, hidrovias, eclusas e portos !

Será um inferno !

O Ibama, a Funai, o TCU, o MP, as milhares de ONGs americanas que vasculham a Amazônia – e seus agentes instalados nas colonas do PiG.

Não se trata apenas de inviabilizar o escoamento da produção de grãos, frangos e suínos.

Mas, também, da fabulosa fronteira mineral do Brasil.

Quem compete com o Brasil nesse mercado de minerios em grande quantidade é a África.

Mas, com todo o respeito, o Brasil pode oferecer estabilidade política, respeito à Lei e aos contratos.

Para investir na África, é preciso se associar a um Chefe de Executivo, a um líder tribal para garantir uma concessão que pode ir para o espaço no próximo Golpe de Estado.

O Brasil não tem esse custo institucional.

É melhor, então, para os Estados Unidos, manter o minério brasileiro embaixo da terra, inexplorado.

Para evitar que o Brasil tome conta de mercados de commodities minerais.

Isso não é novidade.

Basta ler “Renato Archer – energia atômica, soberania e desenvolvimento”, de Alvaro Rocha Filho e Joao Carlos Vitor Garcia, da editora Contraponto, Rio, 2004.

Ali se testemunha a batalha de herois como o Almirante Alvaro Alberto, Archer e o Almirante Othon Silva para construir a autonomia brasileira em energia nuclear.

Os Estados Unidos tentaram infatigavelmente impedir que a autonomia se concretizasse – o que só aconteceu com Lula e Dilma, que reanimaram o programa nuclear que FHC tentou sepultar.

(FHC cometeu um crime de lesa-pátria, ao assinar  o maldito Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Outro instrumento do congelamento do poder, que só interessa aos americanos…)

Os americanos, ao longo da batalha, contavam com instrumentos valiosos: os generais Juarez Tavora e Castello Branco; Augusto Frederico Schmidt, o “poeta-mercador” (como o chamava Paulo Francis, antes de aderir ao piguismo alucinado); Israel Klabin; Valentim Bouças; Roberto Marinho; Carlos Lacerda; Jarbas Passarinho; e os embaixadores (americanos) Roberto Campos, Edmundo Barbosa da Silva e Vasco Leitão Cunha.

Eles queriam que o Brasil não explorasse seu urânio e muito menos que o enriquecesse.

E, ao mesmo tempo, que o Brasil enviasse aos Estados Unidos reservas de minerais úteis à produção de energia nuclear.

Em troca de trigo.

(Os americanos tiveram que importar da Bélgica o urânio das bombas de Hirsoshima e Nagasaki.)

Como os portugueses faziam com os índios: um espelhinho de moldura dourada em troca de uma floresta de pau brasil.

Essa é a batalha da Bioceânica.

A do interesse nacional contra o interesse nacional americano.

É por isso que o Cerra, o Caiado e a Urubologa – tudo a mesma sopa ! – chamam a Bioceânica de uma miragem, uma quimera !

Porque eles se contemplam no espelhinho de moldura dourada.

E se acham lindos !



Paulo Henrique Amorim

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