06/03/2018
Lula e suas sentenças anunciadas. Não é Direito, é política
Do Tijolaço · 06/03/2018

por FERNANDO BRITO
O antigo ditado popular dizia que de pata de cavalo, barriga de grávida e de cabeça de juiz, ninguém podias adivinhar o que viria. A tecnologia tirou as grávidas desta lista e, ao que tudo indica, a Lava Jato deixou sozinhas as patas de cavalo no campo das incertezas.O julgamento do habeas corpus apresentado pela defesa de Lula, hoje, no Superior Tribunal de Justiça tem tudo para ser outra das muitas sentenças anunciadas que esperam o ex-presidente em cada um dos processos que esporularam, com motivos obscuros ou irrelevantes, andando ao ritmo de lebres. Outros, com alvos de bico grande , arrastam-se a passos de cágado, mesmo com gravações, dinheiro transferido em malas ou encontrado em contas bancárias.
Não, o processo contra Lula, alvo de centenas de reparos e críticas de toda a comunidade jurídica, é “tecnicamente perfeito” por um par de razões: é contra Lula e é de Sérgio Moro, o deus vingador, com seu olhar vazio e rosto fero.
A vontade do rei é a lei e há bem poucos juízes nesta Berlim.
A Constituição, afinal, tem a inútil frase afirmando que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, que já não vem ao caso, de tão clara. Tal não alcança o notório saber jurídico dos nossos magistrados, tomados de um fetichismo punitivo seletivo, onde a lei é só a sua vontade de, como em séculos que se julgava distantes, “exemplar” o ex-rei em praça pública, muitos deles depois de terem se valido de seus favores.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal, ainda que desconfortável, silencia sob o jugo de uma presidente que gagueja com Aécio Neves, mas ruge com Lula.
Triste país onde a última trincheira dos direitos dos cidadãos virou o patíbulo das garantias individuais.
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