segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Nº 20.703 - "TEMER DERRUBOU EM 10% O CONSUMO DE BENS INDUSTRIAIS NO PAÍS"

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16/01/2017

TEMER DERRUBOU EM 10% O CONSUMO DE BENS INDUSTRIAIS NO PAÍS



Brasil 247 - 16 DE JANEIRO DE 2017 ÀS 16:37


O estrago econômico provocado pela gestão Temer é ainda maior do que se imaginava, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Ipea, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que é ligado ao próprio governo; embora a indústria nacional tenha caído 6,7% nos primeiros onze meses de 2016, o que já seria um desastre, o tombo no consumo de bens industriais foi ainda maior: 10%; isso se explica porque, além da queda na venda de produtos manufaturados no Brasil, as importações desabaram ainda mais, puxando para baixo o índice; mais grave ainda, foi a queda registrada em novembro de 1,5%, na comparação com outubro, o que indica que, ao contrário do que prega o governo, não há sinais de volta da confiança

Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil

O desempenho do comércio exterior e a diminuição da demanda interna continuam afetando os indicadores da indústria nacional. Essa é a conclusão da análise Carta de Conjuntura divulgada hoje (16) pelo Grupo de Estudos de Conjuntura do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea). O indicador “consumo aparente da indústria geral”, por exemplo, caiu 1,5% no último mês de novembro em relação a outubro, na série com ajusto sazonal, elevando a queda acumulada nos onze primeiros meses de 2016 para 10%.

O consumo aparente (CA) equivale à produção industrial doméstica, acrescida das importações, menos as exportações. A queda no acumulado de 2016 é muito superior à queda estimada para a produção industrial, de 6,7% conforme o último boletim Focus.

“Além da forte queda da produção até novembro de 2016, a oferta final de bens industriais na economia brasileira (outra definição possível para os indicadores de CA) tem sido negativamente afetada pelo desempenho do comércio exterior”, informa a publicação. A trajetória das importações seguiu negativa em 2016 e a recuperação do setor exportador observada em 2016, em termos das quantidades vendidas ao longo do ano, também contribui para a redução do consumo aparente.

“Se, por um lado, o fraco desempenho do CA de bens industriais evidencia os efeitos negativos da recessão sobre a demanda interna, por outro, o ajuste do setor externo normalmente associado a cenários envolvendo a deterioração da atividade econômica e movimentos defasados de desvalorização cambial tem ocorrido como esperado”, avalia o especialista em atividade econômica do Ipea Leonardo Mello de Carvalho, um dos autores do documento.

De acordo com a análise, apesar de a produção industrial doméstica ter crescido na margem em novembro, o desempenho do comércio exterior afetou negativamente o consumo aparente. No acumulado do ano, enquanto a produção doméstica registrou queda de 6,6%, o consumo aparente retraiu-se 10,2%, na mesma base de comparação.

A análise também mostra o desempenho recente da variação do consumo aparente nas indústrias extrativa-mineral e de transformação, além de apresentar o cenário por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários, bens de consumo duráveis e bens de consumo semi/não duráveis.

Os resultados de novembro da categoria bens de consumo duráveis mostraram alta de 2,7% na margem e são o destaque positivo da análise. Mas, no acumulado do ano, o setor tem o pior resultado, com retração de 20,6%.

A íntegra da análise pode ser acessada no  link: http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/
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