16/01/2017
NO DIA DA DESIGUALDADE GRITANTE, LULA LEMBRA DO PASSADO RECENTE DO BRASIL
Brasil 247 - 16 DE JANEIRO DE 2017 ÀS 15:33
No mesmo dia em que a ONG Oxfam divulgou que as oito pessoas mais ricas do mundo têm a mesma fortuna que a metade mais pobre da população mundial, o ex-presidente Lula lembrou de um tempo em que o Brasil foi exemplo positivo para o planeta; "Durante o governo Lula, o crescimento da renda dos mais pobres foi 3 vezes maior do que a dos mais ricos. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza", postou o petista em seu Facebook, lembrando de programas como Bolsa Família e iniciativas como a valorização do salário mínimo e a democratização do acesso ao crédito, à moradia, à saúde e à educação
247 - O ex-presidente Lula lembrou nesta segunda-feira 16 de um tempo em que o Brasil foi exemplo positivo para o mundo. Em uma publicação em sua página no Facebook, ele destacou que durante seu governo, "o crescimento da renda dos mais pobres foi 3 vezes maior do que a dos mais ricos. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza".
"Tudo graças a iniciativas como a valorização do salário mínimo, aos programas sociais como o Bolsa Família e à democratização do acesso ao crédito, a moradia, à saúde e à educação", destacou ainda o petista.
A lembrança de Lula acontece no mesmo dia em que a Organização Não Governamental Oxfam divulgou que as oito pessoas mais ricas do mundo têm a mesma fortuna que a metade mais pobre da população mundial - 3,6 bilhões de pessoas. Em relatório divulgado no anos passado, essa concentração estava com os 62 mais ricos – isto é, cresceu quase oito vezes em um ano, de acordo com a organização.
Confira o texto divulgado pela Oxfam:
Oxfam vai a Davos para alertar que apenas 8 homens possuem
a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo
Estudo, baseado no Credit Suisse Wealth Report 2016 e na lista de milionários da Forbes, será apresentado no Fórum Econômico Mundial
São Paulo 16/01/2017 – Apenas oito homens possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre da humanidade, de acordo com um novo relatório publicado pela Oxfam, apresentado hoje na reunião anual de líderes políticos e empresariais em Davos. O documento Uma economia humana para os 99% mostra que a diferença entre ricos e pobres aumenta a cada edição do estudo, numa velocidade muito maior do que a prevista. Os 50% mais pobres da população mundial detêm menos de 0,25% da riqueza global líquida. Nesse grupo, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem abaixo da "linha ética de pobreza" definida pela riqueza que permitiria que as pessoas tivessem uma expectativa de vida normal de pouco mais de 70 anos.
“O relatório detalha como os grandes negócios e os indivíduos que mais detêm a riqueza mundial estão se alimentando da crise econômica, pagando menos impostos, reduzindo salários e usando seu poder para influenciar a política em seus países”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam no Brasil.
Os números da desigualdade foram extraídos do documento Credit Suisse Wealth Report 2016. (Veja link abaixo.) Segundo a organização, 1 em cada 10 pessoas no mundo sobrevive com menos de US $ 2 por dia. No outro extremo, a ONG prevê que o mundo produzirá seu primeiro trilhardário em apenas 25 anos. Sozinho, esse indivíduo deterá uma fortuna tão alta que, se ele quisesse gastá-la, seria necessário consumir US$ 1 milhão todos os dias, por 2.738 anos, para acabar com tamanha quantia em dinheiro. O discurso da Oxfam em Davos também mostrará que 7 de cada 10 pessoas vivem em países cuja taxa de desigualdade aumentou nos últimos 30 anos. “Entre 1988 e 2011, os rendimentos dos 10% mais pobres aumentaram em média apenas 65 dólares (US$ 3 por ano), enquanto os rendimentos dos 10% mais ricos cresceram uma média de 11.800 dólares – ou 182 vezes mais”, aponta o documento.
“A desigualdade está mantendo milhões de pessoas na pobreza, fragmentando nossas sociedades e minando nossas democracias. É ultrajante que tão poucas pessoas detenham tanto enquanto tantas outras sofrem com a falta de acesso a serviços básicos, como saúde e educação”, reforça Katia Maia.
O relatório destaca ainda a situação das mulheres que, muitas vezes empregadas em cargos com menores salários, assumem uma quantidade desproporcional de tarefas em relação à remuneração recebida. O próprio relatório do Fórum Econômico Mundial (2016) sobre as disparidades de gênero estima que serão necessários 170 anos para que as mulheres recebam salários equivalentes aos dos homens. Segundo o texto, as mulheres ganham de 31 a 75% menos do que os homens no mundo.
A sonegação de impostos, o uso de paraísos fiscais e a influência política dos super-ricos para assegurar benefícios aos setores onde mantêm seus investimentos são outros destaques do documento da Oxfam.
Sobre a Oxfam – Trata-se de confederação internacional de 20 organizações que trabalham em mais de 90 países, incluindo o Brasil, com o intuito de construir um futuro livre das desigualdades e da injustiça causada pela pobreza. www.oxfam.org.br
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