.09/08/2016
Petrobras pode vender controle da BR Distribuidora para suiços, alerta engenheiro
Petrobras confirma avaliação e preocupação do blog com a venda da BR para a Vitol Group
por Roberto Moraes, em seu blog
Há duas semanas, o blog publicou aqui
neste espaço uma ampla análise sobre o absurdo da venda da
BR-Distribuidora, sobre os riscos de se romper a condição de empresa
integrada como a Petrobras.
Porém, o risco maior como chamávamos a
atenção é para a Vitol, a maior trading de petróleo do mundo inserir a
BR no seus esquema de lucros por especulação entre compra e venda de
óleo cru e derivados. A nota do blog no dia dia 23 de julho de 2016,
teve o seguinte título: "A venda da BR Distribuidora. Trading suíça Vitol é um dos 3 grupos interessados. O que significa?"
Pois bem, hoje em matéria do jornalista André Ramalho, no Valor,
P. B4, ele informa que a estatal quer garantir que a integração da
empresa com a BR se mantenha mesmo após a venda e cita exatamente o
interesse da Vitol:
"Além de
preservar a marca BR, a Petrobras pretende garantir, no processo de
venda da BR-Distribuidora, que a empresa mantenha um certo grau de
integração com as operações da holding. Uma das possibilidades avaliadas
internamente é incluir, no acordo de acionistas a ser negociado com o
novo sócio, um compromisso de compra de um volume mínimo de derivados
produzidos na refinaria da estatal... A Petrobras tenta assegurar também
que não venha a perder mercado no futuro, para importadores. Durante as
negociações passadas para a venda de uma fatia minoritária da BR, a
Vitol, uma trading Suíça, manifestou interesse. Isso despertou o temor
de que a distribuidora brasileira viesse a se tornar uma grande
importadora de combustíveis da companhia europeia... A BR é importante
fonte de escoamento da produção de derivados da estatal e comercializa,
hoje, um volume de diesel equivalente a 38% da produção nacional do
derivado, por exemplo."
Não há
fórmulas capazes de garantir o que eles dizem nesta reportagem. Se
vender a maioria do capital votante, como disseram, para a Vitol já era.
Eles vão fazer o que quiserem, no esquema de ganhos de intermediação
que a trading pratica diariamente no plano global.
Eu já havia
afirmado na nota anterior que, em meio à crise em todo o mundo da fase
de colapso de preços do petróleo, a Vitol, faturou em 2015, o maior
lucro de sua história. Outras tradings de commodities minerais tiveram o
mesmo desempenho.
As tradings
não ganham com o preço em si (alto ou baixo) que vive da intermediação,
ganha com a volatilidade dos preços, através da diferença entre preço
de compra e de venda. Por isso também valorizam os estoques que é para
facilitar o esquema de especulação.
A
divulgação desta preocupação parece apenas querer mostrar uma
preocupação, para dizer que não estão vendendo tudo de qualquer maneira,
quando na verdade é praticamente isto que estão fazendo, a partir do
conceito de fatiar para vender.
Ora, ora...
se estão fatiando é porque entraram lá para acabar com a condição da
Petrobras como empresa integrada, do poço ao posto. Logo, esta alegada
preocupação é na prática, apenas uma desculpa. Esfarrapada, por sinal.
O blog
volta a fazer duas afirmações que tem repetido aqui com cada vez mais
frequência. Primeiro, o diabo mora nos detalhes. Segundo, sobre o "crime
de lesa pátria" que estão cometendo contra a "joia da coroa" a
Petrobras com base na situação atual: "o que é legal pode ser ainda
muito mais danoso que o ilegal”. A nação perderá com estes esquemas, no
mínimo uma três ou quatro "Lava Jato". Isto é inaceitável!
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