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10/09/2016
Osório confirma Jucá e coloca pressão em Janot
Brasil 247 - 10 de Setembro de 2016 às 05:55
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"Fui demitido porque contrariei muitos interesses. O governo
quer abafar a Lava Jato. Tem muito receio de até onde a Lava Jato pode
chegar", disse o ex-advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, na
entrevista que concedeu logo após ser demitido, por telefone, por Michel
Temer; as afirmações de Osório confirmam a tese do ex-ministro Romero
Jucá, que disse, em conversas interceptadas, que era preciso derrubar a
presidente Dilma Rousseff para "estancar essa sangria"; revelação de que
o Palácio do Planalto tentou obstruir investigações coloca pressão
sobre o procurador-geral Rodrigo Janot, que terá que provar mais uma vez
se investiga a todos ou apenas o PT
247 – A primeira
grande crise do governo Michel Temer, que envolveu o ex-ministro Romero
Jucá ainda na interinidade, já havia deixado claro que o golpe
parlamentar de 2016 tinha uma finalidade: conter o ímpeto da Operação
Lava Jato para proteger a oligarquia política brasileira, de quem a
operação perigosamente se aproximava. Gravado por Sergio Machado, Jucá
defendia a derrubada de Dilma para "estancar essa sangra"."Fui demitido porque contrariei muitos interesses. O governo quer abafar a Lava Jato. Tem muito receio de até onde a Lava Jato pode chegar", disse ele, na entrevista concedida a Thiago Bronzatto, Marcela Mattos e Hugo Marques.
Osório, que pretendia cobrar até R$ 23 bilhões das empreiteiras e dos agentes públicos envolvidos na Lava Jato, previu um final agourento para o governo Temer. "Se não houver compromisso com o combate à corrupção, esse governo vai derreter", disse ele. Segundo Osório, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi o encarregado por Temer de providenciar sua demissão e conter suas investidas, que incomodavam aliados do PMDB e de partidos da base. "Qual é o problema de tentar ressarcir aos cofres públicos o dinheiro desviado?", questiona Osório.
Depois desse novo escândalo, que revela que o Palácio do Planalto tentou obstruir investigações, aumenta a pressão sobre o procurador-geral Rodrigo Janot, que terá que provar mais uma vez se investiga a todos ou apenas o PT.
Recentemente, ele acusou a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Eduardo Cardozo de tentar obstruir a Lava Jato com uma indicação de um ministro para o Superior Tribunal de Justiça. O que fará agora com a afirmação do ex-advogado da União, que acusa o governo de demiti-lo para proteger políticos aliados? Com a palavra, Janot.
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