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05/12/2016
Franklin Martins vê Temer “virar mingau” e risco a 2018 por falta de nome forte à direita
Por Fernando Brito · 05/12/2016
Em ótima entrevista ao site Sul 21, o ex-secretário de Comunicação do Governo Lula, Franklin Martins,diz que o golpe que derrubou Dilma Rousseff “foi um negócio de ocasião” feito por setores que, além de não terem legitimidade, também não conseguem ter unidade política”:
– O que temos visto nos últimos dias
é o governo Temer virando um mingau. Esse governo não tem qualquer
possibilidade de comandar o país . É uma aberração. Gilmar Mendes e
Sérgio Moro estão juntos na Lava Jato, mas o Moro acha que é preciso
acabar com o Estado de Direito. Já o Gilmar Mendes não quer que o Estado
de Direito acabe para a turma dele. Enquanto for só para o PT, Gilmar
Mendes topa, mas ele sabe que isso pode pegar o PMDB, o PSDB, o PP, o
DEM e assim por diante.(…) o plano A deles é manter o Temer, pois é
sempre ruim fazer uma substituição destas, mas o Temer pode não se
aguentar também. Mas quem vier depois dele também não vai aguentar, pois
a política de regressão que eles estão impondo ao país é um desastre
completo que está liquidando a economia brasileira.
-Nós estamos
caminhando para uma convulsão social no país. E quem paga o preço quando
ocorre uma convulsão social é o povo, que perde direitos, perde
possibilidades, oportunidades e que é sempre reprimido. Então, nós
estamos vivendo uma situação dramática por absoluta irresponsabilidade
das forças conservadoras no Brasil que, diante de uma construção
histórica de expectativas de mudanças, viu uma oportunidade,
potencializada pelos nossos erros, derrubou o governo eleito e agora não
tem condições de estabilizar esse processo(…)
O ex-auxiliar de Lula vê o processo eleitoral de 2018 em risco, justamente pela falta de uma opção viável à direita e que a esquerda está desafiada, antes de tudo, a reunir forças para impor o cumprimento do calendário constitucional e assegurar as eleições de 2018:
-Olho para a frente e pergunto: que
nomes eles têm para 2018, se é que eles virão para a disputa? Aécio? Não
vai a lugar nenhum. Serra? Também não vai a lugar nenhum. O próprio
Alckmin, ao meu ver, não sai muito de São Paulo. O Moro não segura três
meses de campanha. É de uma mediocridade total. Na verdade, eles não têm
um nome e, isso se deve ao fato de que eles não têm um projeto para o
país. Neste processo do golpe, eles destruíram a política e inclusive os
nomes deles. Quem são as grandes referências que ainda estão aí? Há o
Lula que, ao meu ver, crescerá cada vez mais. Além dele, há a Marina, em
decadência, que pode crescer no discurso da não política. Tem o Ciro
que pode crescer e o Bolsonaro, que pode crescer, mas não ao ponto de
ganhar uma eleição. Mas eles irão para uma eleição sabendo que perderão?
Acho que, de moto próprio, não irão.
Leia a entrevista, na íntegra, no Sul 21.
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